Um Pensamento Além da Magia - Ofidioglossia


A Um Pensamento Além da Magia é uma coluna que aborda vários assuntos de Harry Potter, sejam eles dos filmes ou livros e mostra um lado além do que nos é mostrado. Confira as anteriores: O Guardião das ChavesO Espelho de OjesedO Diário Secretíssimo,  O Segredo de Hermione e Dementadores.

Essa semana o assunto escolhido é Ofidioglossia que é comentado no capítulo O clube dos duelos em Harry Potter e a Câmara Secreta.

Leia o trecho abaixo:
"Draco ergueu a varinha depressa e berrou:
— Serpensortia!
A ponta de sua varinha explodiu. Harry observou, perplexo, uma comprida cobra preta se materializar, cair pesadamente no chão entre os dois e se erguer, pronta para atacar. Os alunos gritaram recuando rapidamente, abrindo espaço.
— Não se mexa, Potter — disse Snape tranquilamente, sentindo visível prazer de ver Harry parado imóvel, cara a cara com a cobra irritada. — Vou dar um fim nela...
— Permita-me! — gritou Lockhart. E brandiu a varinha para a cobra, ao que se ouviu um grande baque; a cobra, em lugar de desaparecer, voou três metros no ar e tornou a cair no chão com um estrondo. Enraivecida, sibilando furiosamente, ela deslizou direto para Justino Finch-Fletchley e se levantou de novo, as presas expostas, armada para o bote.
Harry não teve certeza do que o fez agir assim. Nem ao menos teve consciência de decidir fazer o que fez. A única coisa que soube foi que suas pernas o impeliram para frente como se ele estivesse sobre rodinhas e que gritou tolamente para a cobra "Deixe-o em paz!" E milagrosamente — inexplicavelmente — a cobra desabou no chão, dócil como uma mangueira grossa e preta de jardim, seus olhos agora em Harry. Ele sentiu o medo dissolver-se. Sabia que a cobra não atacaria ninguém agora, embora não pudesse explicar como o sabia.
Harry olhou para Justino, sorrindo, esperando o colega parecer aliviado, intrigado ou até grato,— mas certamente não zangado nem apavorado.
— De que é que você acha que está brincando? — gritou, e antes que Harry pudesse responder alguma coisa, Justino virou-lhe as costas e saiu do salão enfurecido.
Snape se adiantou, acenou a varinha e a cobra desapareceu com uma pequena baforada de fumaça preta. Snape, também, olhou Harry de modo inesperado: era um olhar astuto e calculista e Harry não gostou. Teve também uma vaga consciência dos cochichos sinistros que percorriam o salão. Então sentiu alguém puxá-lo pelas vestes.
— Vamos — disse a voz de Rony ao seu ouvido. — Mexa-se, vamos...
Rony guiou-o para fora do salão, Hermione corria para acompanhá-los. Quando atravessaram o portal, as pessoas de cada lado recuaram como se tivessem medo de apanhar uma doença. Harry não tinha a menor idéia do que estava acontecendo, e nem Rony nem Hermione explicaram nada até terem arrastado o amigo até a sala comunal da Grifinória, naquele momento vazia. Então Rony empurrou Harry para uma poltrona e disse:
— Você é um ofidioglota. Por que não nos contou?
— Eu sou o quê? — perguntou Harry.
— Um ofidioglota! — disse Rony. — Você é capaz de falar com as cobras!
— Eu sei. Quero dizer, é a segunda vez que faço isso. Uma vez no zoológico açulei, por acaso, uma jibóia contra o meu primo Duda, uma longa história... Ela estava me contando que nunca tinha estado no Brasil e eu meio que a soltei sem querer, isso foi antes de saber que era bruxo.
— Uma jibóia contou a você que nunca tinha ido ao Brasil? — repetiu Rony baixinho.
— E daí? Aposto que um monte de gente aqui pode fazer isso.
— Ah, não. De jeito nenhum. Isto não é um dom muito comum. Harry, isto não é legal.
— O que não é legal? — disse Harry começando a ficar com muita raiva. — Qual é o problema com todo mundo? Escuta aqui, se eu não tivesse dito àquela cobra para não atacar Justino...
— Ah, então foi isso que você disse?
— Que quer dizer com isso? Vocês estavam lá, vocês me ouviram...
— Ouvi você falar esquisito — disse Rony. — Língua de cobra. Você podia ter dito qualquer coisa, não admira que o Justino tenha entrado em pânico, parecia que você estava convencendo a cobra a fazer alguma coisa, deu arrepios, sabe...
Harry ficou de boca aberta.
— Eu falei uma língua diferente? Mas, eu não percebi, como posso falar uma língua sem saber que posso falá-la?
Rony sacudiu a cabeça. Tanto ele quanto Hermione faziam cara de enterro. Harry não conseguia entender o que havia de tão horrível.
— Querem me dizer o que há de errado em impedir uma enorme cobra de arrancar a cabeça do Justino? Que diferença faz como foi que eu fiz isso, desde que o Justino não precise se associar ao clube dos Caçadores Sem Cabeça?
— Faz diferença, sim — disse Hermione, falando, afinal, num tom abafado —, porque a capacidade de falar com cobras foi o dom que tornou Salazar Slytherin famoso. É por isso que o símbolo da Sonserina é uma serpente.
O queixo de Harry caiu."

Ofidioglossia - é a capacidade de falar e entender a língua das cobras. Quem tem esse poder, é chamado de ofidioglota.

Um Pensamento Além da Magia:  Em um momento de aperto Harry acaba falando uma língua diferente, sem ao menos perceber. Seus amigos não entendem aquela linguagem, pois esse é um dom que poucos bruxos tem e Harry (in)felizmente faz parte desse grupo.

No nosso imenso mundo existem diversas linguagens, os mais variados idiomas possíveis, que, muitos, nós nem imaginamos que exista. Nem sempre um consegue entender o que o outro diz. Mas, a cada dia as pessoas buscam aprender e entender novos idiomas.

Por exemplo, sabemos que existem fãs de Harry Potter no mundo inteiro, sabemos que estamos unidos por essa geração Potteriana e, ao mesmo tempo talvez seja difícil ter um diálogo com outros fãs, mesmo tendo um assunto em comum.

Se formos para um outro ponto de vista, às vezes mesmo falando a mesma língua somos incompreendidos ou não compreendemos os outros. Quero dizer, às vezes falamos alguma coisa que pode ser mal interpretada por quem  a leia, mas sua intensão passou longe de ser essa. Às vezes também, ouvimos ou lemos coisas e acabamos entendendo errado, pois não soubemos interpretar o que a outra pessoa quis dizer.

Isso não é só caso de ter boa interpretação ou falar o mesmo idioma, é necessário saber dialogar com os outros, saber falar, mas além disso saber ouvir também. Saber que existem vários pontos de vista e que nem sempre os outros vão pensar da maneira que pensamos. Temos que respeitar a "linguagem diferente" dos outros.

Harry não sabia que era ofidioglota, não sabia que isso era "mal". Foi incompreendido por algumas pessoas, mas no fim, todos entenderam o que ele queria dizer.

"Embora venhamos de lugares diferentes e falemos línguas diferentes, nossos corações batem como um só." (Alvo Dumbledore)

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